Santo Antônio
O bairro de Santo Antônio está situado no extremo oeste da cidade, margeado pela Baía de Vitória, tendo como limites a leste o Morro de Alto Caratoíra, o Morro de Bela Vista e de Nossa Senhora Aparecida.
Historicamente, Santo Antônio, é o bairro mais antigo de Vitória. Podemos situar Santo Antônio no início deste século, quando se estabelecem na parte plana do bairro algumas famílias de migrantes estrangeiros que comercializavam no mercado de Vitória.
A área ocupada fazia parte da Fazenda “Santo Antônio” de propriedade do Estado, que foi loteada e vendida no Governo de Jerônimo Monteiro em 1910. Naquela época o lugar não tinha perspectivas de crescimento, era considerado uma área à parte, longe do centro, onde localizavam-se cemitérios e matadouros.
Na década de 40, foi inaugurado o Cais do Avião, que contribuiu para impulsionar o desenvolvimento econômico da região que já era uma referência como local de habitação para uma população que se movimentava de outros lugares de Vitória.
O bairro já contava com o transporte de bondes elétricos, e com a rua principal demarcada, o que facilitou a expansão de residências permeando a linha do bonde.
Nesta década, registra-se também a chegada ao bairro dos padres Pavonianos, que iniciaram um trabalho social ligado a Igreja, em favor da comunidade. Em convênio com a LBA, os padres criaram a Obra Social São José, no prédio que futuramente seria a Escola de 1º Grau Alvimar Silva.
A visão expansionista dos Pavonianos, além do aspecto de assistência às famílias carentes, ficou expressa na construção do Santuário, hoje a maior referência do bairro.
Nos anos 40 e 50, Santo Antônio tem um incremento populacional com o estabelecimento de migrantes italianos e alemães, que chegavam, juntamente com outras famílias que saiam de outros municípios de Vitória. No início dos anos 60, se expande através de invasões a área mais precária do bairro, o mangue e o morro. A ocupação do morro deu origem ao bairro de Bela Vista. Esta época marca a fase da ocupação desordenada e a degradação das áreas de preservação ambiental ali estabelecidas, principalmente o mangue que margeava o contorno da parte baixa do bairro.
Sofreu um acelerado crescimento populacional nas décadas de 70 e 80, caracterizando nos anos 90, um aglomerado urbano de classe de baixa renda.
Santo Antônio é um bairro residencial, onde o tradicional convive harmoniosamente com o atual. Há casas de um ou dois pavimentos, outras antigas e algumas em ruínas. A maioria delas é habitada por proprietários. Ali se alojam várias gerações da mesma família.
A parte plana é a que apresenta um melhor padrão de habitação, sendo inclusive mais bem servida de equipamentos urbanos. Nesta região destacam-se alguns marcos como o Santuário de Santo Antônio, a Igreja Matriz, o Clube Náutico Brasil, o Santo Antônio Futebol Clube, a Escola de samba Novo Império, o Sambão do Povo e o Parque Tancredão. Além desses equipamentos, há seis cemitérios no bairro, inclusive o mais antigo da Capital, o da Irmandade de São Benedito do Rosário (1833) e o Cemitério Público de Santo Antônio, o maior, inaugurado em 1º de maio de 1912.
Com a desativação dos bondes no final dos anos 60, o bairro passou a ser servido de linhas de ônibus, intercomunicando-o com diversos pontos de Vitória. Em 1990, passou a ser atendido com duas linhas que saíam da praça central, em frente ao cemitério. Uma seguia até a Cidade Alta, enquanto outra se estendia até a Praia do Suá. Atualmente o bairro conta com uma frota de mais de 81 ônibus, principal meio de transporte utilizado pela população.
Fonte: Diagonal Urbana, Projeto Terra,SEDEC / DIT / GEO
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